O pagamento de indenização por apólices de seguro residencial realizados em 2009 cresceu do 29% em São Paulo em comparação com 2008. Na primeira alta registrada em quatro anos, o valor aumentou de R$ 104,2 milhões para R$ 134,4 milhões.
O aumento não deve ter reflexo nos preços cobrados dos consumidores, pelo menos é o que garantem especialistas do mercado de seguros. Os números foram divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão encarregado de supervisionar o setor.
Do mesmo modo como registrou na elevação dos desembolsos para indenizações – tecnicamente chamadas de sinistros -, a Susep apurou que o pagamento feito pelos consumidores, o chamado prêmio, também cresceu. A arrecadação com os seguros residenciais em São Paulo saltou de R$ 475,5 milhões em 2008 para R$ 542,2 milhões, no ano passado.
De acordo com o coordenador do curso de MBA em seguridade da Trevisan Escola de Negócios, Francisco D’Orto, a alta é devida principalmente à crescente demanda, explicada, disse ele, pelo maior volume de prêmios pagos. Eu não acredito em repasse do aumento da sinistralidade aos preços, pelo menos neste momento , avalia D’Orto.
A Itaú Seguros foi a instituição que mais arrecadou em seguro residencial no Estado, de acordo com a Susep: foram R$ 115,9 milhões em 2009 ante R$ 99,5 milhões em 2008. O total de sinistros foi de R$ 13,8 milhões a R$ 17 milhões no mesmo período.
Ney Ferraz Dias, diretor-geral do ramo de automóveis e residências da Itaú Seguros, disse que o clima é a principal causa do aumento das indenizações.
Relatórios meteorológicos da Climatempo apontam que, na capital, a quantidade de chuva registrada em todos os meses do segundo semestre de 2009 foi acima da média dos últimos 30 anos para o mesmo período.
Para Dias, o mercado está atento às oscilações de preço, porém o executivo não acredita que o aumento das indenizações reflita em reajustes dos valores de seguros a curto prazo.