Seguro de imóveis fica mais barato

O setor do seguro habitacional está comemorando. Acompanhando a evolução do crédito para imóveis, o segmento deve aumentar pelo menos 15% neste ano. E o que é melhor: parte da expansão será ocupada pelas médias e pequenas empresas e o beneficiado será o mutuário que, com a concorrência, tende a pagar menos pelo produto. Quem faz essa avaliação é Mucio Novaes, economista e presidente da Excelsior Seguros, também presidente do Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste (Sindiseg).”A grande expansão do crédito leva o segmento junto”, disse ele. Mas não só.

Segundo Novaes, a decisão tomada pelo governo no final do ano passado, de exigir que os agentes financeiros oferecerem uma seguradora independente ao mutuário que vai fazer o financiamento da casa própria, abriu as portas para o setor do seguro de imovéis. Até então, mesmo que o mutuário pudesse bater o pé e exigir fazer o seguro habitacional, que é obrigatório, com outra seguradora que não a do próprio conglomerado, isso raramente acontecia. Agora, a situação é diferente. Além de ter de pronto duas opções, o mutuário ainda tem a possibilidade de levar uma terceira. O aumento da concorrência, segundo Novaes, não vai beneficiar apenas o setor, mas os próprios compradores de imóveis financiados.

O custo de seguro habitacional é mais barato que o seguro de carro

“No futuro próximo, as taxas cobradas dos mutuários vão baixar”, garante. O seguro habitacional na fase de financiamento cobre, além dos danos físicos ao imóvel, a morte do mutuário, o que significa que o imóvel fica livre para os membros da família. “Em caso de morte do comprador, o imóvel é quitado pela seguradora”, disse Novaes. Essa é também a explicação para o seguro residencial ser mais caro durante o financiamento do imóvel. Já quando se trata do seguro apenas para a cobertura de danos físicos, provocados por incêndio ou desastre natural, o preço fica mais em conta.

Na avaliação de Novaes, para uma casa no valor de, por exemplo, R$ 100 mil, o custo do seguro de habitação gira em torno de R$ 100 ao ano. “É bem mais barato do que um seguro de carro, mas as pessoas não sabem disso”, disse ele. É o desconhecimento, de acordo com Novaes, que faz com que essa cobertura – danos físicos ao imóvel já quitado – seja baixa no Brasil. Enquanto nos Estados Unidos mais de 90% das casas são seguradas, no Brasil os imóveis que possuem o seguro habitacional não chega a 10%.

Pelos dados do Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste, já no ano passado, o segmento atingiu um crescimento real de 8%, mesmo com o baixo crescimento econômico. A própria Excelsior que, em 2003, faturou R$ 32 milhões, fechou 2009 com um lucro operacional de 120 milhões de dólares E.U., um crescimento de 275% em seis anos. Segundo a Caixa Econômica Federal, o empréstimo para a casa própria alcançou, em 2009, R$ 47,05 bilhões. O orçamento inicial da Caixa para este ano é de R$ 50 bilhões.