Já é possível contratar apólices contra bala perdida, bolsa roubada e até mordida de cachorros
De olho no crescente poder aquisitivo da população, as seguradoras têm oferecido seguros bem específicos para a necessidade de cada cliente. Com preço acessível, muitos desses produtos têm sido vendidos em redes de varejo e até por meio de operadoras de telefonia celular, prevendo indenização para situações aparentemente inusitadas, mas bem possíveis de acontecer.
Hoje é possível contratar apólices que preveem desde reembolso para vítimas de bala perdida até de mordida de cachorro.
Muitos desses benefícios são parte adicional de seguros já bastante conhecidos, como o residencial, e, em sua maioria, nem exigem gasto extra. Em outros casos, o desembolso maior é mínimo.
Tem gente que não sabe, mas fazer o seguro da casa pode incluir a chamada responsabilidade civil familiar, cláusula que prevê o pagamento de despesas médicas à vítima de ataque de cão do titular da apólice e oferece cobertura para outros danos involuntários a terceiros, como quando uma bola do filho do segurado quebra a janela do vizinho.
“O mercado tem apostado na diversificação e na flexibilidade para o cliente. Há toda uma população que elevou seu poder de compra e há pouco tempo nem pensava em contratar um seguro. A pessoa pode escolher a cobertura que mais lhe convém, a um custo mais acessível”, afirma Mario Cavalcante, superintendente de desenvolvimento de novos produtos da Liberty Seguros.
Outros exemplos curiosos de seguro preveem cobertura para vítimas de bala perdida ou para o caso de roubo de bolsa. Há também o Sorte Mania, uma apólice de acidentes pessoais com duração de um mês, que custa R$ 3. Em caso de invalidez ou morte, garante indenização de R$ 7,5 mil e dois sorteios semanais de R$ 10 mil.
Com tantas opções, é preciso cuidado. “O consumidor deve ter acesso às informações sobre seus direitos e deveres na compra do seguro”, recomenda Luciano Portal Santanna, superintendente da Susep, órgão que fiscaliza as seguradoras.
Família tem cobertura para mordida de cão
O economista e consultor imobiliário Ademir Esteves, de 55 anos, tem seguro residencial para sua casa, onde vive com a mulher, três filhos e uma cadelinha da raça schnauzer, chamada Meg.
O seguro contratado prevê coberturas tradicionais para roubo e incêndio e inclui a chamada responsabilidade civil familiar, que prevê benefícios adicionais como o reembolso de despesas médicas a uma eventual vítima de mordida do cachorro da família.
“A Meg costuma latir para quem não conhece, mas nunca mordeu ninguém. Em uma eventualidade é bom contar com essa proteção”, afirma Esteves.
Pai de dois jovens, de 21 e 24 anos, e de uma adolescente de 16, o economista acha que proteção nunca é demais. “Quanto maior for a cobertura da apólice, dentro das minhas possibilidades financeiras, melhor”, afirma Esteves. “Evitar surpresas é algo importante para mim e para a minha família.”
(Alessandro Reis – Diário de São Paulo)