Seguros pessoais terão grande impulso com o crescimento económico

A indústria de seguros está entusiasmada com a perspectiva de ampliar a sua representatividade no PIB nos próximos anos. Com base nas previsões que apontam para um forte crescimento econômico, apoiada também pelos investimentos do governo em grandes obras e infra-estrutura para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, prevê um aumento significativo na demanda em todos os ramos.

Na avaliação de Francisco Toledo, vice-presidente do CVG-SP e diretor de Seguro de Pessoas da Chubb, o cenário é ainda mais promissor para o ramo de seguros pessoais. “O aumento de renda e de consumo, estimulado pela estabilidade econômica e expansão do crédito, vai beneficiar o ramo de pessoas, que também será favorecido da manutenção e criação de programas sociais do governo, caso do Bolsa Família e do novo Minha Casa, Minha Vida, e, ainda, do aumento da expectativa de vida da população”, diz.

Toledo prevê que essa boa fase de expansão do ramo de pessoas comece já neste ano. Também porque a projeção de crescimento do PIB em 2010 é de aproximadamente 6%, o que pode se configurar na terceira maior taxa de crescimento da economia mundial. Nesse contexto, o mercado de seguros, que em 2009 cresceu 12% em plena crise mundial, mantém prognósticos que apontam neste ano para um crescimento de 20%.

O vice-presidente do CVG-SP acredita que, no ramo de seguros para pessoas, o maior impulso virá da expansão dos seguros massificados e da implantação do microsseguros, os quais funcionarão, a seu ver, como a porta de entrada à proteção do seguro para as classes C, D e E. No caso dos seguros massificados, que utilizam parcerias com canais de venda, ele aposta na expansão a partir do aumento do poder de consumo da família brasileira.

O presidente do CVG-SP, Osmar Bertacini, concorda com Toledo quanto ao potencial do setor. “Os seguros de pessoas foram os que mais cresceram em 2009, quando o país estava enfrentando o impacto da crise financeira internacional. Neste ano, com as previsões de crescimento económico, a tendência é para continuar na liderança”, afirmou.

Menos do 5% da população brasileira têm seguro de vida: uma grande oportundade de expanção

Uma recente pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela que menos de 5% da população brasileira, cerca de 8,5 milhões de pessoas, têm seguro de vida. Para Toledo, esses números definem o grande potencial de expansão do setor de seguros para pessoas, que ainda tem em seu favor a facilidade de contratação e de renovação, além de preço mais acessível do que os seguros de danos.

Entre os seguros empresariais, segmento em que esse ramo predomina, segundo Toledo, haverá um aumento da demanda devido ao crescimento do emprego formal. Para se ter uma idéia, entre fevereiro e setembro de 2009, houve um aumento líquido de 252 mil novos postos de trabalho, de accordo com CAGED. A previsão do governo é que este ano serão criados mais de 2 milhões de empregos com carteira assinada.

O aumento da expectativa de vida favorece a expansão dos seguros de pessoas

O aumento da longevidade dos brasileiros, que já é de 73 anos, deverá ser predominante também na expansão dos seguros de pessoas, segundo o vice-presidente do CVG-SP. Estudos mostram que em todo o mundo a população com mais de 65 anos já é maior do que o grupo na faixa dos 16 anos. No Brasil, a melhoria da qualidade de vida e o acesso a tratamentos médicos têm levado a uma maior longevidade da população. Atualmente, já se contam mais de 26 mil brasileiros com mais de 100 anos.

“Hoje, a maioria das pessoas acima de 60 anos é produtiva, trabalha, viaja e consome”, diz Toledo. Por isso, estima-se que este é o momento de o setor de seguros desenvolver produtos para o público de idosos, agregados ao seguro de vida e direcionados ao amparo e assistência. Para esse público, o executivo da Chubb propõe produtos agregados como segunda opinião médica, auxílio nutricional, personal assistant para viagens e outros. “São seguros que têm apelo de compra, pois oferecem serviços tangíveis”, afirma.

Uma boa oportunidade para o corretor de seguros

A comissão vitalícia é apenas um dos bons argumentos para o corretor de seguros apostar suas fichas no ramo de pessoas. Toledo ainda aponta a facilidade de contratação, o apelo social e um diferencial importante, que é a falta de concorrência anual para renovação, como acontece com o automóvel. “Neste ramo, a fidelidade do segurado é maior, já que permanecerá no seguro por muitos anos”, afirma.